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Extensões de Computação, armazenamento e redes

1 - Plugins de rede

Plugins de redes no Kubernetes podem ser dos seguintes tipos:

  • Plugins CNI: Aderentes à especificação Container Network Interface (CNI), desenhados para interoperabilidade.
    • Kubernetes usa a versão v0.4.0 da especificação CNI.
  • Plugin kubenet: Implementa o cbr0 básico usando os plugins CNI bridge e host-local

Instalação

O kubelet possui um plugin único padrão, e um plugin padrão comum para todo o cluster. Ele verifica o plugin quando inicia, se lembra o que encontrou, e executa o plugin selecionado em momentos oportunos dentro do ciclo de vida de um Pod (isso é verdadeiro apenas com o Docker, uma vez que o CRI gerencia seus próprios plugins de CNI). Existem dois parâmetros de linha de comando no Kubelet para se ter em mente quando usando plugins:

  • cni-bin-dir: O Kubelet verifica esse diretório por plugins na inicialização
  • network-plugin: O plugin de rede que deve ser utilizado do diretório configurado em cni-bin-dir. Deve ser igual ao nome configurado por um plugin no diretório de plugins. Para plugins de CNI, isso equivale ao valor cni.

Requisitos de plugins de Rede

Além de prover a interface NetworkPlugin para configuração da rede do pod, o plugin pode necessitar de suporte específico ao kube-proxy. O proxy iptables obviamente depende do iptables, e o plugin deve garantir que o tráfego do contêiner esteja disponível para o iptables. Por exemplo, se o plugin conecta os contêineres à Linux bridge, o plugin deve configurar a diretiva de sysctl net/bridge/bridge-nf-call-iptables com o valor 1 para garantir que o proxy iptables opere normalmente. Se o plugin não faz uso da Linux Bridge (mas outro mecanismo, como Open vSwitch) ele deve garantir que o tráfego do contêiner é roteado apropriadamente para o proxy.

Por padrão, se nenhum plugin de rede é configurado no kubelet, o plugin noop é utilizado, que configura net/bridge/bridge-nf-call-iptables=1 para garantir que configurações simples (como Docker com bridge Linux) operem corretamente com o proxy iptables.

CNI

O plugin de CNI é selecionado utilizando-se da opção --network-plugin=cni no início do Kubeket. O Kubelet lê um arquivo do diretório especificado em --cni-conf-dir (padrão /etc/cni/net.d) e usa a configuração de CNI desse arquivo para configurar a rede de cada Pod. O arquivo de configuração do CNI deve usar a especificação de CNI, e qualquer plugin referenciado nesse arquivo deve estar presente no diretório --cni-bin-dir (padrão /opt/cni/bin).

Se existirem múltiplos arquivos de configuração no diretório, o kubelet usa o arquivo de configuração que vier primeiro pelo nome, em ordem alfabética.

Adicionalmente ao plugin de CNI especificado no arquivo de configuração, o Kubernetes requer o plugin CNI padrão lo ao menos na versão 0.2.0.

Suporte a hostPort

O plugin de redes CNI suporta hostPort. Você pode utilizar o plugin oficial portmap ou usar seu próprio plugin com a funcionalidade de portMapping.

Caso você deseje habilitar o suporte a hostPort, você deve especificar portMappings capability no seu cni-conf-dir. Por exemplo:

{
  "name": "k8s-pod-network",
  "cniVersion": "0.4.0",
  "plugins": [
    {
      "type": "calico",
      "log_level": "info",
      "datastore_type": "kubernetes",
      "nodename": "127.0.0.1",
      "ipam": {
        "type": "host-local",
        "subnet": "usePodCidr"
      },
      "policy": {
        "type": "k8s"
      },
      "kubernetes": {
        "kubeconfig": "/etc/cni/net.d/calico-kubeconfig"
      }
    },
    {
      "type": "portmap",
      "capabilities": {"portMappings": true},
      "externalSetMarkChain": "KUBE-MARK-MASQ"
    }
  ]
}

Suporte a controle de banda

Funcionalidade experimental

O plugin de rede CNI também suporta o controle de banda de entrada e saída. Você pode utilizar o plugin oficial bandwidth desenvolvido ou usar seu próprio plugin de controle de banda.

Se você habilitar o suporte ao controle de banda, você deve adicionar o plugin bandwidth no seu arquivo de configuração de CNI (padrão /etc/cni/net.d) e garantir que o programa exista no diretório de binários do CNI (padrão /opt/cni/bin).

{
  "name": "k8s-pod-network",
  "cniVersion": "0.4.0",
  "plugins": [
    {
      "type": "calico",
      "log_level": "info",
      "datastore_type": "kubernetes",
      "nodename": "127.0.0.1",
      "ipam": {
        "type": "host-local",
        "subnet": "usePodCidr"
      },
      "policy": {
        "type": "k8s"
      },
      "kubernetes": {
        "kubeconfig": "/etc/cni/net.d/calico-kubeconfig"
      }
    },
    {
      "type": "bandwidth",
      "capabilities": {"bandwidth": true}
    }
  ]
}

Agora você pode adicionar as anotações kubernetes.io/ingress-bandwidth e kubernetes.io/egress-bandwidth em seu pod. Por exemplo:

apiVersion: v1
kind: Pod
metadata:
  annotations:
    kubernetes.io/ingress-bandwidth: 1M
    kubernetes.io/egress-bandwidth: 1M
...

kubenet

Kubenet é um plugin de rede muito simples, existente apenas no Linux. Ele não implementa funcionalidades mais avançadas, como rede entre nós ou políticas de rede. Ele é geralmente utilizado junto a um provedor de nuvem que configura as regras de roteamento para comunicação entre os nós, ou em ambientes com apenas um nó.

O Kubenet cria uma interface bridge no Linux chamada cbr0 e cria um par veth para cada um dos pods com o host como a outra ponta desse par, conectado à cbr0. Na interface no lado do Pod um endereço IP é alocado de uma faixa associada ao nó, sendo parte de alguma configuração no nó ou pelo controller-manager. Na interface cbr0 é associado o MTU equivalente ao menor MTU de uma interface de rede do host.

Esse plugin possui alguns requisitos:

  • Os plugins CNI padrão bridge, lo e host-local são obrigatórios, ao menos na versão 0.2.0. O Kubenet buscará inicialmente esses plugins no diretório /opt/cni/bin. Especifique a opção cni-bin-dir no kubelet para fornecer um diretório adicional de busca. O primeiro local equivalente será o utilizado.
  • O kubelet deve ser executado com a opção --network-plugin=kubenet para habilitar esse plugin.
  • O Kubelet deve ainda ser executado com a opção --non-masquerade-cidr=<clusterCidr> para garantir que o tráfego de IPs para fora dessa faixa seja mascarado.
  • O nó deve possuir uma subrede associada, através da opção --pod-cidr configurada na inicialização do kubelet, ou as opções --allocate-node-cidrs=true --cluster-cidr=<cidr> utilizadas na inicialização do controller-manager.

Customizando o MTU (com kubenet)

O MTU deve sempre ser configurado corretamente para obter-se a melhor performance de rede. Os plugins de rede geralmente tentam detectar uma configuração correta de MTU, porém algumas vezes a lógica não irá resultar em uma configuração adequada. Por exemplo, se a Docker bridge ou alguma outra interface possuir um MTU pequeno, o kubenet irá selecionar aquela MTU. Ou caso você esteja utilizando encapsulamento IPSEC, o MTU deve ser reduzido, e esse cálculo não faz parte do escopo da maioria dos plugins de rede.

Sempre que necessário, você pode configurar explicitamente o MTU com a opção network-plugin-mtu no kubelet. Por exemplo, na AWS o MTU da eth0 geralmente é 9001 então você deve especificar --network-plugin-mtu=9001. Se você estiver usando IPSEC você deve reduzir o MTU para permitir o encapsulamento excedente; por exemplo: --network-plugin-mtu=8773.

Essa opção faz parte do plugin de rede. Atualmente apenas o kubenet suporta a configuração network-plugin-mtu.

Resumo de uso

  • --network-plugin=cni especifica que devemos usar o plugin de redes cni com os binários do plugin localizados em --cni-bin-dir (padrão /opt/cni/bin) e as configurações do plugin localizadas em --cni-conf-dir (default /etc/cni/net.d).
  • --network-plugin=kubenet especifica que iremos usar o plugin de rede kubenet com os plugins CNI bridge, lo e host-local localizados em /opt/cni/bin ou cni-bin-dir.
  • --network-plugin-mtu=9001 especifica o MTU a ser utilizado, atualmente apenas em uso pelo plugin de rede kubenet

Próximos passos